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Imagem: https://www.escritas.org/pt/bio/joao-garcia-de-guilhade

 

 

JOAM GARCIA DE GUILHADE

(  Portugal )

 

João Garcia de Guilhade foi um trovador português, nascido em Milhazes, concelho de Barcelos. Desenvolveu a sua arte poética em meados do século XIII.

Apesar de ser reconhecida a sua capacidade e mestria poética, muita da sua produção tem um carácter brejeiro. É autor de poemas mordazes e célebres, como «Ai Dona fea, fostes-vos queixar», e coube-lhe introduzir o tema dos «olhos verdes» na lírica portuguesa, com «Amigos, non poss'eu negar».

As Inquirições de Afonso III assinalam-no em Viatodos. Frequentou sem dúvida a Casa dos Correias na freguesia vizinha de Monte de Fralães, como aliás aceita Costa Lopes, o seu mais autorizado biógrafo.

Biografia

A referência mais antiga de João Garcia de Guilhade, trovador galego-português, é um documento, datado de 1239, no qual ele testemunha uma doação feita à Sé do Porto por Elvira Gonçalves de Toronho, na época já viúva do magnate e também trovador Garcia Mendes II de Sousa. Este fato faz com que diversos pesquisadores acreditem que João Garcia era um dos cavaleiros ao serviço da importante linhagem dos Sousa, o que parece, de resto, confirmar-se pelo fato de o seu nome surgir, nas Inquirições de 1258, ao lado do conde e trovador Gonçalo Garcia de Sousa, filho de Garcia Mendes e Elvira Gonçalves.

Pelas suas composições se depreende que teria frequentado a corte castelhana de D. Afonso III, e permaneceu alguns anos na corte de Afonso X de Leão e Castela, acompanhando talvez o percurso inicial de Gonçalo Garcia, ou mesmo do seu irmão, Fernão Garcia de Sousa.

Em meados do século, João retornou a Portugal, provavelmente a Faria, perto Milhazes, onde criou os seus filhos e local onde se encontram duas de suas composições. Está ainda documentado aí em 1270, confirmando o testamento de um Lourenço Martins, marido de Sancha Pires de Guilhade, provavelmente sua familiar. O seu nome vem ainda referido nas O nome João de Guilhade é ainda referido nas Inquirições de 1288, a propósito da criação de um seu filho em S. Salvador de Fornelos. Não sabemos se ainda estaria vivo nesse ano, mas, a ser esse o caso, teria já certamente uma idade avançada.  

Obra

 

Fólio do Cancioneiro da Ajuda, que integra as cantigas Que muitos me preguntarám, Amigos, nom poss'eu negar, Senhor, veedes-me morrer e a primeira parte da cantiga U m'eu parti d'u m'eu parti.

 

Fólio do Cancioneiro da Ajuda, que integra a segunda parte da cantiga U m'eu parti d'u m'eu parti, a cantiga A bõa dona por que eu trobava, e a primeira parte da cantiga Amigos, quero-vos dizer.

 

Fólio do Cancioneiro da Ajuda, que integra a segunda parte da cantiga Amigos, quero-vos dizer e a cantiga Quantos ham gram coita d'amor.

João Garcia de Guilhade deixou uma vasta obra escrita, sendo considerado um dos mais notáveis do períodoː conservam-se até hoje 53 textos deste autor (nos géneros de cantigas de amor, de amigo e de escárnio e maldizer) nos vários cancioneiros medievais portugueses. Cultivou, por vezes ironicamente, e de maneira deformada, os vários tipos de composição poética, destacando-se pelo seu humor, de que por vezes se torna ele próprio objeto. De estilo gracioso, introduziu ou desenvolveu de forma original alguns dos motivos da poesia trovadoresca.


Biografia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Garcia_de_Guilhade


VIEIRA, Yara Frateschi.   POESIA MEDIEVAL. LITERATURA PORTUGUESA.   São Paulo: Global, 1987.  208 p.  (Coleção literatura em perspectiva.  Série Portuguesa)        Ex. bibl. Antonio Miranda

 

      [12]  Amigos, non poss´ eu negar
a gram coita que d´amor hei,
ca me vejo sandeu andar,
e com sandece o direi:
Os olhos verdes que eu vi
me fazem ora andar assi.

Pero qualquer x´entenderá
aquestes olhos quaes som;
e d´est´alguem se queixará;
mais eu, já quer moira, quer non:
Os olhos verdes que eu vi
me fazem ora andar assi.

Pero nom devi´ a perder
home, que já o sem non há,
de com sandece rem dizer;
e com sande dig´ eu já:
os olhos verdes que eu vi
me fazem ora andar assi.


               CA 229 (CBN 262) 

 

       [13]  Estes meus olhos nunca perderam,       
senhor, gran coita, mentr´ eu vivo for.
E direi-vos, fremosas mia senhor,
d´estos meus olhos a coita que ham.

Guisado teem de nunca perder
meus olhos coita e meu coraçom
E estas coitas, senhor, minhas som;
mais los meus olhos, per alguem veer,
choram e cegam quand´ alguém nos veem,
e ora cegam por alguém que veem.

E nunca já poderei haver bem,
pois que amor ja non que, nem quer Deus.
Mais os cativos d´estes olhos meus
morreram sem por veer alguém:
choram e cegam quand´alguem nos veem,
e ora cegam por alguém que veem.
 

 

       CA 237 (CBN 1599]

                   

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Página publicada em abril de 2023


                

 


 

 

 
 
 
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